Na última sexta-feira, 2 de junho, a Rede de Inovação para Educação Híbrida (RIEH) realizou a sua primeira edição da Expo da RIEH, uma iniciativa on-line que reuniu mais de 90 pessoas ligadas aos projetos de Educação Híbrida das secretarias estaduais de educação de todo o Brasil.
Com a presença da professora Valdirene Alves de Oliveira, coordenadora geral do Ensino Médio do Ministério da Educação (MEC), no evento, que teve o objetivo de promover a troca de conhecimentos e experiências, foram apresentados três casos de sucesso dos Estados de Sergipe, Maranhão e Espírito Santo. Logo na abertura, a coordenadora-geral parabenizou a ação, reconhecendo o trabalho e a importância de ações dessa natureza para o grupo que está “tentando encontrar um caminho num momento muito complexo” e afirmou que a parceria com a Universidade Federal de Alagoas (UFAL) está bem consolidada.
Alessandra Debone, coordenadora de implementação da RIEH, ressaltou a importância da Expo como uma oportunidade para os estados compartilharem seus desafios e aprendizados: "De acordo com os anseios que identificamos nos estados que estão em fase de planejamento ou implementação, selecionamos os que já passaram por aquele processo para contar a sua experiência”. Além dos anseios identificados, os consultores da implementação da RIEH buscam também antecipar um pouco das demandas que os Estados terão no futuro: “Queremos impactar aqueles que ainda não iniciaram ou estão enfrentando dificuldades, para que possam avançar com mais segurança e aproveitar as lições aprendidas por outros estados", explica Debone.
O Estado de Sergipe foi o primeiro a compartilhar sua experiência. Relatou o seu processo de “Regulamentação da Educação Híbrida” na Rede Estadual de Ensino, que definiu normas e diretrizes para a oferta das atividades de ensino e aprendizagem realizadas a distância no Novo Ensino Médio da Rede Pública. A professora Clotildes Sousa, coordenadora de Educação a Distância, Formação e Tecnologias Educacionais da Secretaria de Estado da Educação do Esporte e da Cultura de Sergipe (Seduc/SE), apresentou o caso de sucesso e ressaltou que o processo de Regulamentação “extrapola o Marco Legal. Diz respeito a um contexto de acontecimentos exitosos que envolvem experiências, estudos relacionados à inovação Educacional, além da correta interpretação e adequação à realidade local da Legislação brasileira”.
Já o Estado do Maranhão contou sobre como viabilizou a “Produção e Curadoria de Recursos Educacionais Digitais”. A professora Adelaide Diniz, Superintendente de Gestão do Ensino e Desenvolvimento de Aprendizagem da Secretaria de Estado da Educação, contextualizou que a criação da Plataforma Gonçalves Dias surgiu para sistematizar e atender melhor a demanda dos estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio durante a pandemia. Foram providenciados estúdios, que deram robustez de produção à equipe, possibilitando a organização de combos para os estudantes e de apoio aos professores. “Ganhamos um corpo interessante mesmo com a limitação de recursos”, afirmou a Professora e passou a apresentação ao professor Daniel Oliveira, coordenador da Plataforma Gonçalves Dias, que apresentou os diversos projetos desenvolvidos pela plataforma. “A gente consegue realizar adaptações no cenário e nos recursos educacionais disponíveis no estúdio (quadro, tv ou formato de podcast) de acordo com a necessidade de cada demanda”, explicou o professor.
Encerrando a exposição de casos de sucesso da primeira edição da Expo da RIEH, o Estado do Espírito Santo compartilhou os seus “Desafios do Processo de Implementação da Educação Híbrida”. A professora Elisabeth Nogueira, que fez a apresentação e atua como coordenadora e assessora na implantação de programas educacionais da Secretaria de Estado da Educação, explicou que desde 2015 foi criada a Assessoria SEDU Digital, a partir da qual várias iniciativas foram realizadas em direção à implantação da Educação Híbrida. Mas foi com o desafio de implantar o Novo Ensino Médio no turno noturno e a ampliação da carga-horária conforme a legislação, que foi adquirida uma plataforma digital (Moodle) e então decidiram incluir também na plataforma componentes da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A partir de então surgiram vários desafios contornados um a um e relatados em detalhes durante a sua apresentação, “são desafios que a gente está ali, aprendendo dia a dia e descobrindo como fazer mesmo na prática”.
Thomaz Veloso, coordenador técnico da RIEH, destacou a importância da interação entre os estados para reduzir a desigualdade na capacidade de oferta da Educação Híbrida: “Nesse sentido, a troca que acontece entre os estados é, na verdade, um dos elementos centrais de atuação da RIEH. Se a gente compreende que existe uma inter-relação entre os entes federados, capitaneados por um indutor de política pública que é o Ministério da Educação, nós nos apoiamos dentro do Ministério, enquanto programa de apoio a essa execução, fazendo com que essa troca possa vir a ser útil em um movimento colaborativo em prol de uma Educação de mais qualidade para nossa juventude”.
Após as apresentações, os participantes puderam fazer comentários e perguntas pelo chat e também em áudio e vídeo, diretamente aos representantes dos Estados. “Mais [importante] do que apresentar é poder dialogar com outros estados e, se possível, ter um feedback de sugestões de como podemos fazer melhor o que estamos fazendo. Já compartilhei com a equipe o que ouvi dos outros estados e como podemos incorporar, por exemplo, avançar em relação ao estúdio que ainda não temos”, comentou a professora Elisabeth, do Espírito Santo. Já a professora Clotildes Sousa acrescentou que “Ao apresentar nossa proposta, a autoavaliação tornou-se inevitável. A organização do pensamento para exposição revelou nossa trajetória, com as fragilidades e potencialidades inerentes. É inevitável examinar o processo em que nos encontramos, comparativamente às demais realidades expostas”.
Em um país tão heterogêneo e de dimensões continentais como o Brasil, gerir uma rede de pessoas, experiências e tecnologias com a responsabilidade de ampliar a experiência de aprendizagem de milhares de jovens é uma tarefa, no mínimo, desafiadora. Para o professor da UFAL que coordena o projeto, Ibsen Bittencourt, isto se viabiliza por meio da tecnologia: “Temos 17 soluções tecnológicas, desde o monitoramento de equipamentos espalhados pelo Brasil até o gerenciamento de cadastro de alunos. É com esse pool de tecnologias que se torna possível monitorar a rede, até porque tudo converge no Observatório Nacional da Educação Híbrida.”
Texto: Assessoria de Comunicação da RIEH
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