Oito estados participaram nesta terça-feira (11) da Oficina Interestadual para Co-construção da Proposta de Educação Híbrida, promovida pela Rede de Inovação para Educação Híbrida (RIEH), uma iniciativa que integra a Política Nacional de Recuperação de Aprendizagens, do Ministério da Educação (MEC).

A ação é a segunda, das quatro etapas do processo de implementação da RIEH nos estados e tem a intenção de fomentar e apoiar as secretarias de educação no sentido de estabelecerem as suas próprias diretrizes e políticas de Educação Híbrida, alinhadas ao seu contexto específico, ao mesmo tempo em que promove o compartilhamento e troca de experiências para embasar a construção da proposta de Educação Híbrida a partir do cenário de cada estado.

passos do processo

"É importante ressaltar que os estados têm autonomia para traçarem suas próprias estratégias, de modo que possam fazer melhor uso da RIEH para obter resultados mais consistentes e efetivos na aprendizagem e também no ensino do professor", reforça o coordenador técnico da RIEH, Thomaz Veloso.

Participaram desta primeira oficina representantes das secretarias de educação dos estados do Acre, Amapá, Maranhão, Pará, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Tocantins. Alessandra Debone, coordenadora de implementação da RIEH, explica que "iniciamos a implementação por esses serem os estados que, de acordo com os critérios estabelecidos na Portaria nº 865, de 8 de novembro de 2022 do Ministério da Educação (MEC) para atender ao princípio da equidade,  são os que mais precisam de apoio para implementação da educação híbrida”.

Tecnologia supre demandas específicas no contexto da diversidade brasileira

Uma iniciativa do Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (NEES) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) em parceria com o Ministério da Educação (MEC) Obter notícias e atualizações Uma iniciativa do Núcl (5)

O estado do Acre é um dos que já vem investindo em tecnologia para dar suporte ao Novo Ensino Médio, com laboratórios de informática renovados nas escolas e distribuição de tablets com chips de conexão para todos os alunos e notebooks para professores. Danielly Matos, chefe da Divisão de Ensino Médio da Secretaria de Estado da Educação, Cultura e Esportes, explica que “Nós estamos investindo nas ferramentas digitais para as formações, nos recursos para avaliar, nos processos de ensino, mas a gente precisa de uma plataforma que conecte o estudante ao professor, em que possamos ter a interação e a mediação, além de monitorar e avaliar o processo de ensino e aprendizagem.

Em Rondônia, Luciana Nobre, Gerente de Desenvolvimento Curricular da Secretaria de Estado da Educação, afirma que, com a Rede de Inovação para a Educação Híbrida, será possível ampliar o atendimento já realizado pelo Estado às comunidades da área rural, como ribeirinhos, indígenas, quilombolas e do campo. Além disso, com o AVA será possível atender a todos os professores da rede, especialmente os que residem nos locais de difícil acesso, com formações e compartilhamento de práticas”.

O Wellington Fraga, assessor de currículo da Secretaria da Educação do Tocantins, mencionou que o público-alvo do estado para a implementação da educação híbrida, além do Ensino Médio, são os estudantes da modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA). Ele explica que o objetivo é “democratizar o acesso às mais diversas metodologias de ensino trazendo novas perspectivas de aprendizagem e possibilitando aos estudantes desenvolverem o protagonismo”.

A oficina propôs aos participantes uma reflexão sobre o cenário presente em cada estado, destacando os desafios e as oportunidades, além da definição de objetivos e estratégias, a partir de atividades interativas. Em rodas de conversa on-line os grupos discutiram questões de governança, identificando os atores mais importantes para a efetivação da nova modalidade. “Eles terão a oportunidade de ouvir as propostas dos demais estados e compartilhar as suas. O resultado esperado é que eles já saiam da oficina com o objetivo da educação híbrida estabelecido”, explica Debone.

“A partir dessa reunião, poderemos reunir a nossa equipe para otimizar nossas metas e objetivos relacionados a Educação híbrida, além de conhecer um pouco mais das características do projeto e as equipes de assessoramento”, afirma Jo Elder Vasconcelos, coordenador de tecnologia aplicada à Educação da Secretaria de Educação do Pará.

Para Josenildo Souza, técnico pedagógico da Coordenadoria de Desenvolvimento Escolar (CODESE), da Secretaria de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer do Rio Grande do Norte, “as experiências compartilhadas nos ajudaram a enxergar o que já temos e o que precisamos fazer para que a nossa rede para o ensino híbrido tenha sucesso”.

“Precisamos de mais momentos como esse, porque compartilhar experiências é necessário; a expertise de um ajuda o outro”, conclui Danielly Franco, do Acre.

A primeira Oficina Interestadual foi organizada e facilitada pelas especialistas em implantação de educação híbrida Isabela Ewerton e Samantha Valencio, da equipe de implementação da RIEH.

Próximos Passos

A equipe de implementação da RIEH fará reuniões individuais com cada estado ao longo do mês de abril para finalizar os planos de Educação Híbrida que serão validados junto aos gestores da pasta e, no próximo mês, promoverá oficinas adequadas às necessidades de cada um.

Outros 13 estados (e distrito) passarão pelo mesmo processo a partir do mês de maio. São eles: Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe. "Todos já iniciaram a adequação para instalação dos Núcleos de Inovação", afirma Alessandra Debone.

pessoas planejando

As oficinas são um passo importante para a concretização da proposta de educação híbrida, pois podem nortear cada secretaria na implementação da RIEH em seus contextos, sendo um momento valioso de troca de experiência e construção coletiva do projeto. O professor da Universidade Federal de Alagoas que coordena o projeto, Ibsen Bittencourt, ressalta que a oficina é “o pontapé inicial de um trabalho que vem acontecendo desde agosto de 2020 e várias etapas precisaram ser superadas, desde processos licitatórios até o desenvolvimento de algumas ferramentas que já começaram a ser expostas e tantos outros produtos que vocês ainda irão conhecer e que estão em fase de desenvolvimento e de implementação.”

Além disso, futuramente, será possível avaliar os materiais disponibilizados, além de efetuar atualizações e enviar sugestões.

Texto: Assessoria de Comunicação da RIEH